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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Genesis


Todos se lembram de The Lamb Lies Down on Broadway por ser o último trabalho de Peter Gabriel como cantor do Genesis. Alguns, por isso, consideram o melhor. Na verdade, esse disco duplo lançado originalmente em 1974 não é o meu favorito; gosto mais do anterior Selling England by the Pound. Mas é inegável que a banda conseguiu grandes momentos, ao contar a história de um garoto porta-riquenho chamado Rael, que é engolido por uma dimensão alternativa e precisa resgatar seu irmão John. Apesar das letras peculiares de Peter Gabriel, estrela também dos 102 shows feitos para promover o disco, os maiores responsáveis pelos arranjos foram o baixista Michael Rutherford e o tecladista Anthony Banks. Esse detalhe, pouco lembrado por fãs, é um dos maiores motivos para a mágoa dos dois até hoje. E depois de Peter, o Genesis seria um outro Genesis. Mas por hora, fiquemos com a história desse histórico disco...

o Genesis em 1974, da esquerda para a direita: Phil Collins, Michael Rutherford, Anthony Banks, Peter Gabriel (sentado) e Steve HackettO ano de 1974 foi um divisor de águas na carreira do Genesis. Respeitado por fãs e crítica, o Genesis não era, no entanto, um grande vendedor de discos como o Pink Floyd ou Yes. Na verdade, a banda tinha uma certa reputação cult entre os fãs do rock progressivo, dividindo esse status com King Crimson, Gentle Giant, Soft Machine, entre outros.

O grupo tinha desenvolvido uma presença teatral muito forte no palco, especialmente Peter Gabriel, que se travestia com roupas e máscaras, incorporandos personagens e servindo mais como um narrador do que como cantor. Os demais integrantes muitas vezes ficavam quase escondidos no palco, embaixo das luzes. Peter era o frotman na mais pura tradução do termo.

Peter Gabriel conta que a idéia nasceu em cima de um garoto: "Apresentei várias idéias para a banda para que fizéssemos uma espécie de exercício democrático, embora eu tivesse certeza que eu venceria ou, ao menos, achava que teria que vencer. A idéia básica era contar a história de um garoto, o que agradou Michael. Eu pretendia fazer uma grande história e comecei a falar indiretamente de experiências pessoais, ainda que muitas partes sejam indecifráveis, o que dificultou o sucesso do disco. Rael, o personagem, seria um menino de jaqueta de couro e jeans, uma espécie de pré-punk, mas sem aquela conotação da geração de 1976. Não havia ainda os Ramones, por exemplo; New York Dolls sim, mas eles eram completamente desconhecidos."

Rael, um pequeno marginalzinho porto-riquenho que vivia em West Side, e que é sugado para outra dimensão, descobre que precisa salvar seu irmão, John. No meio de tudo isso, uma criação imensa e um trabalho, titânico.

"Nós estávamos vivendo todos juntos numa casa, em Headley Grange", recorda Phil Collins - "uma casa onde Led Zeppelin, Bad Company e Pretty Things já haviam morado. Começamos a trabalhar em conjunto para o disco e Peter disse que desejava escrever todas as letras, por isso, Mike e Tony ficavam atrás dele enquanto criávamos as melodias. Sempre que sentávamos para tocar, surgia algo maravilhoso."

Os atritos começaram quando Peter recebeu um telefonema do diretor William Friedkin, responsável pelo filme O Exorcista. Friedkin tinha adorado a história que Peter havia escrito na contra-capa do discos Genesis Live e procurava alguém para escrever um roteiro de ficção científica, mas que não fosse do ramo. Resolveu então convidar Peter, que aceitou o convite.

Peter perguntou se a banda se incomodava em parar por algum tempo a confecção do disco enquanto ele escrevia o roteiro e a banda disse que sim, que não desejavam parar por nada. "Bem, eu quero fazer o filme, então deixarei o Genesis".

A primeira reação da banda foi "ok, temos bastante material instrumental, vá em frente", mas logo viram que era uma loucura.

"Eu sempre gostei de trabalhar com Peter e senti que o grupo precisava de toda a energia que tivesse para terminar o projeto. Mas Peter continuava dizendo que se a oferta fosse realmente séria ele deixaria o grupo, o que considerei um absurdo. E ele realmente saiu um tempo para escrever o roteiro, mas não deu muito certo e ele acabou voltando e se comprometeu que acabaria o disco antes de fazer qualquer outra coisa. Porém, aquilo foi um sinal de que ele estava ficando cheio daquela vida."

Peter se sentiu muito contrariado e resolveu voltar para Bath até porque sua esposa estava grávida e deixou a parte de composição das melodias com o restante da banda. Ele já havia tido um pequeno atrito com Rutherford que queria fazer o disco em cima do livro O Pequeno Príncipe, o que não aconteceu. "Quanto mais você pressiona Peter, mais ele fica no canto. Nós o puxávamos para o grupo, ele ficava vago até que ele foi para Bath e nós ficamos com todo o trabalho. Sabíamos que não iríamos durar muito tempo", conta o baixista.

O convite do cineasta causou uma briga da banda com a gravadora Charisma e pouco-a-pouco o projeto do filme foi ficando mais difícil e Peter aceitou retornar ao trabalho após um telefonema de Michael. O vocalista disse que não queria ser pressionado e Michael pediu apenas para que ele adiasse por uns tempos seus projetos pessoais para se dedicar ao novo disco. Acordo fechado. Phil Collins acha que Peter voltou também porque Friedkin ficou muito assustado ao saber que poderia estar rachando o grupo e pediu desculpas pelo ocorrido.

capa do disco The Lamb Lies Down on BroadwayCom o vocalista de volta, todo o conceito começou a ser montado. O disco possui uma longa história introdutória contada por um narrador. Rael faria uma viagem ao seu subconsciente e se confrontaria com a morte - caso de "The Supernatural Anaesthetist"; com o amor - "The Lamia" - e Peter povoaria tudo com seu grande conhecimento de mitologia.

Mas as gravações foram tensas e os músicos se revezavam em turnos no estúdio. Phil Collins trabalhava de madrugada no Island Studios, em Notting Hill, enquanto o restante trabalhava pela manhã. Para piorar, Gabriel ficava revisando as letras várias vezes, atrasando ainda mais o projeto. Quando resolveu gravar seus vocais, os demais foram expulsos do local. A tensão era tão gigantesca que o guitarrista Steve Hackett acabou machucando um tendão e um nervo do seu dedão ao se cortar com um copo de vinho, o que adiou em três semanas a excursão britânica, sendo jogada para depois da parte norte-americana. O disco ainda teve a colaboração de Brian Eno, que fez algumas ambientações.

O disco foi lançado em Novembro de 1974 e no mês seguinte iniciava-se a turnê pelos Estados Unidos. Peter adotou o personagem Rael, usando em boa parte uma jaqueta de couro e calça jeans, o que era diferente para quem costumava usar máscaras e mais máscaras nos shows em anos anteriores.

No entretanto, ele logo começou a usar criações assustadores no palco e o show logo deixaria os demais integrantes irritados, pois Peter Gabriel parecia ser a grande estrela e não o Genesis. Claramente os demais membros ficavam escondidos ou em segundo plano.

Em "The Colony of Slippermen", Peter usava uma fantasia de um bulbo monstruoso, com órgãos genitais inflados.

Jill, a esposa do cantor, conta que era a primeira vez que Peter expunha de maneira explícita sua sexualidade em palco: "ele estava extremamente irritado e isso fez daqueles shows tão inesquecíveis. Ele se expôs de uma maneira inédita ao público de uma maneira que não fazia na nossa intimidade. Eu me sentia totalmente excitada vendo-o na platéia, mas ele só conseguia ser assim no palco, e isso me frustrava."

The Lamb Lies Down on Broadway não foi um sucesso comercial, na verdade foi um tremendo fiasco. Alcançou apenas a 41ª posição na parada norte-americana, apesar de ser disco de ouro no Reino Unido em fevereiro de 1975, onde chegou ao 10º posto na parada, apesar de ter deixado talvez o maior clássico do grupo até hoje, "Carpet Crawlers". Para se ter uma idéia o disco demorou 16 anos para conquistar o almejado Disco de Ouro, na América, ou seja, 500 mil cópias.

Quando a banda começou a turnê pelo Reino Unido, Gabriel já tinha resolvido deixar o Genesis, mas só anunciou o fato em agosto do mesmo ano, causando choque entre os fãs, embora seus companheiros soubessem que isso ocorreria logo.

O cantor mostrava todo seu abatimento ao sair chorando dos palcos a cada apresentação, misto de tristeza por deixar o Genesis e pelas letras. Sem ele, a história do grupo seria outro e Gabriel partiria em carreira-solo fazendo discos excepcionais e, em boa parte, sombrios.

Texto retirado de | Mofo

1974 | THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY

CD 1

01. The Lamb Lies Down On Broadway
02. Fly On A Windshield
03. Broadway Melody Of 1974
04. Cuckoo Cocoon
05. In The Cage
06. The Grand Parade Of Lifeless Packaging
07. Back In N.Y.C.
08. Hairless Heart
09. Counting Out Time
10. Carpet Crawlers
11. The Chamber Of 32 Doors

CD 2

01. Lilywhite Lilith
02. The Waiting Room
03. Anyway
04. Here Comes The Supernatural Anaesthetist
05. The Lamia
06. Silent Sorrow In Empty Boats
07. The Colony Of Slippermen
08. Ravine
09. The Light Dies Down On Broadway
10. Riding The Scree
11. In The Rapids
12. It

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