sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Jorge Mautner


Jorge Mautner é uma figura quase mitologica no cenário musical carioca, tive a oportunidade de conversar com ele algumas(muitas) vezes na praia, durante anos frequentamos o mesmo espaço nas areias de ipanema, figuraça, meio maluco como todo gênio. As palavras abiaxo são do próprio Mautner.

A genialidade da direção musical de Gilberto Gil se destaca neste disco. Gravado no estúdio Havai, no Rio de Janeiro, constitui-se também no lançamento musical do jovem instrumentista Roberto de Carvalho, que tocou teclados. Outros grandes músicos tocaram: Tuty Moreno, Rodolfo Grani Jr., e sempre Nelson Jacobina.

A capa é de Rogério Duarte, grande artista gráfico, autor do poster de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e das capas tropicalistas. Aliás, foi Rogério Duarte o primeiro tropicalista que eu conheci, em 1968, quando estive incógnito no Brasil, período durante o qual eu escrevi o argumento do primeiro filme de Neville d’Almeida, "Jardim de Guerra", que foi o filme mais censurado da época militar.

O Ato Institucional número 5 abateu-se sobre a nação logo após a minha volta para os USA. Este disco tem músicas memoráveis como a segunda gravação do "Maracatu Atômico", que alcançara retumbante sucesso na voz de Gilberto Gil, "O Relógio Quebrou", na qual o relógio quebrado dobrado como uma omelete de Salvador Dali me serviu de inspiração. Foi nas apresentações ao vivo desta música que pela primeira vez inclui falas e diálogos humorísticos intercalados com a música, o que viria se tornar uma marca de meus shows. Em "Guzzy Muzzy" o doutor Arthur citado na letra é uma homenagem a Arthur de Melo Guimarães.

Texto retirado de | Contramão Prog

1974 | JORGE MAUTNER

01. Guzzy Muzzy
02. Pipoca à Meia-Noite
03. Cinco Bombas Atômicas
04. Ginga de Mandinga
05. Rock da TV
06. Samba dos Animais
07. Herói das Estrelas
08. Matemática do Desejo
09. Nababo Ê
10. O Relógio Quebrou
11. Salto no Escuro
12. Maracatu Atômico
13. Um Milhão de Pequenos Raios

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