sexta-feira, 31 de maio de 2019

Neu!


Neu! (alemão: "Novo") foi uma banda alemã de rock, um dos maiores expoentes do Krautrock. Foi formada em 1971, em Düsseldorf, por Michael Rother e Klaus Dinger após os dois terem participado da banda alemã Kraftwerk. A história dos Neu! é feita de separações e reuniões, álbum após álbum. O último trabalho gravado foi Neu! 4, durante a década de 1980, mas apenas em 1996 o álbum foi editado. Apesar de pouco sucesso comercial, a banda é creditada como influência por diversos grupos de artistas, como PiL, Joy Division, New Order, David Bowie, Stereolab, Gary Numan, Ultravox e Simple Minds.

O Neu! foi formado em 1971 em Düsseldorf como uma variação de uma das formações de outra banda de krautrock, Kraftwerk, cujos primeiros trabalhos também foram produzidos por Conny Plank.

O baterista Klaus Dinger reuniu-se ao Kraftwerk durante as sessões de gravação do álbum debut. O guitarrista Michael Rother foi então recrutado para a banda para o término do álbum. O fundador do Kraftwerk Ralf Hütter deixou a banda nesse momento, e por seis meses a banda consistia de Rother, Dinger e Florian Schneider, uma formação que apresentava-se esporadicamente e que realizava aparições na televisão no programa alemão Beat Club.

O primeiro e homônimo álbum foi lançado em 1972 e vendeu pouco, mas atualmente é citado por diversos artistas como uma referência. Já o segundo álbum Neu! 2 apresenta alguns dos primeiros exemplos de remixes. Empolgados para gravar outro álbum, os integrantes decidiram comprar diversos instrumentos musicais. Com o capital investido pela gravadora eles puderam gravar somente metade do material para um álbum. A empresa não queria aumentar a verba pois as vendas do primeiro álbum não haviam sido boas. Para preencher a falta de material, a banda compôs o segundo lado do álbum com versões manipuladas de seu compacto já lançado, "Neuschnee"/"Super". A canção "Super 16," tornou-se tema do filme de artes marciais de 1976 Master of the Flying Guillotine, de Jimmy Wang Yu. O filme foi posteriormente referenciado por Quentin Tarantino em Kill Bill, também apresentando a canção.

Dinger e Rother eram muito diferentes quando não criavam material juntos, o que influenciou o próximo álbum do grupo, Neu! '75. Um dos lados continha produções de Rother influenciadas pela música ambiente, enquanto segundo tornou-se posteriormente uma influência para a cena punk rock britânica. A banda terminou após o lançamento desse álbum.

Entre outubro de 1985 e abril de 1986, Dinger e Rother voltaram e tentaram adicionar mais sintetizadores e um aspecto mais comercial às canções. Conny Plank faleceu em 1987. Dinger e Rother não trabalharam juntos até a década de 1990, existindo certa acidez entre os dois, parcialmente devido ao lançamento de Dinger de material do Neu! sem conhecimento ou consentimento de Rother, através da Captain Trip Records. No final de 1995 essa gravadora lançou as sessões de gravação de Neu! 4, entre 1985 e 1986. Também lnaçou Neu! '72 Live in Dusseldorf (gravado em 6 de maio de 1972).

Um álbum de tributo ao Neu! foi lançado em 1999, A Homage to Neu!, contando com versões executadas por artistas como Legendary Pink Dots, Download, Autechre, Dead Voices On Air, Khan, Sunroof, System 7 e James Plotkin.

Os direitos do catálogo da banda são conjuntos de Rother, Dinger e Christa Fast, esta, viúva de Plank. Entretanto, por muito anos existiu desentendimento entre Rother e Dinger no licenciamento para tornar a música da banda disponível em CD. A situação foi resolvida em 2001, quando a dupla entrou em estúdio para transferir os álbuns clássicos da banda para CD. A obra foi lançada pela Grönland Records no Reino Unido.

Texto | Wikipédia

1972 | NEU!

01. Hallogallo
02. Sonderangebot
03. Weissensee
04. Jahresübersicht (Part 1): Im Glück
05. Jahresübersicht (Part 2): Negativland
06. Jahresübersicht (Part 3): Lieber Honig

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1973 | NEU 2!

01. Für Immer (Forever)
02. Spitzenqualität
03. Gedenkminute (Für A+K)
04. Lila Engel (Lilac Angel)
05. Neuschnee 78
06. Super 16
07. Neuschnee
08. Cassetto
09. Super 78
10. Hallo Excentrico!
11. Super

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1975 | NEU '75!

01. Isi
02. Seeland
03. Leb' Wohl
04. Hero
05. E-Musik
06. After Eight



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1975 | NEU 4

01. Nazionale
02. Crazy
03. Flying Dutchman
04. Schöne Welle (Nice Wave)
05. Wave Naturelle
06. Good Life (Random. Rough)
07. 86 Commercial Trash
08. Fly Dutch II
09. Dänzing
10. Quick Wave Machinelle
11. Bush. Drum
12. La Bomba (Stop Aparthijd World-Wide!)
13. Good Life
14. Elanoizan

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1996 | NEU '72 LIVE! IN DÜSSELDORF

01. 6 May 72 (Part 1)
02. Silence
03. 6 May 72 (Part 2)






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2010 | NEU '86

01. Intro (Haydn Slo-Mo)
02. Dänzing
03. Crazy
04. Drive (Grundfunken)
05. La Bomba (Stop Apartheid World-Wide!)
06. Elanoizan
07. Wave Mother
08. Paradise Walk
09. Euphoria
10. Vier 1/2
11. Good Life
12. November
13. KD

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2010 | NEU VINYL BOX

LP1 | NEU!
1. Hallogallo
2. Sonderangebot
3. Weissensee
4. Im Glück
5. Negativland
6. Lieber Honig

LP2 | NEU! 2
1. Für Immer
2. Spitzenqualität
3. Gedenkminute
4. Lila Engel
5. Neuschnee 78
6. Super 16
7. Neuschnee
8. Cassetto
9. Super 78
10. Hallo Excentrico!
11. Super

LP3 | NEU! '75
1. Isi
2. Seeland
3. Leb Wohl
4. Hero
5. E-Musik
6. After Eight

LP 4 | NEU! '86
1. Intro
2. Dänzing
3. Crazy
4. Drive (Grundfunken)
5. La Bomba (Stop Apartheid World-Wide)
6. Elanoizan
7. Wave Mother
8. Paradise Walk
9. Euphoria
10. Vier ½
11. Good Life
12. November
13. KD

NEU! ‘72 Non-Public Test
1. 6 May 72 [Part 1]
2. 6 May 72 [Part 2]
3. 6 May 72 [Part 3]

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Altered Images


Banda escocesa de pós-punk e new-wave.





1984 - Collected Images (Best Of Altered Images): Download

1992 - The Best of Altered Images: Download

1996 - Reflected Images. The Best Of Altered Images: Download

1997 - I Could Be Happy. The Best of Altered Images: Download

2004 - Bite ...Plus (Remastered): Download

2004 - Happy Birthday ...Plus (Remastered): Download

2004 - Pinky Blue ...Plus (Remastered): Download

2007 - Happy Birthday. The Best of Altered Images: Download

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Fagner


Disco excelente na parte de arranjos e também na parte poética, confesso que eu tinha preconceito com o Raimundo Fagner mas esse disco me fez repeitar e gostar dessa fase setentista do cara.

Os arranjos orquestrados do gênio Hermeto Pascoal junto a um excelente time de músicos faz o disco ser muito rico em sons que vão do jazz, erudito, passando pela psicodelia nordestina da época e ritmos nordestinos diversos.

O time é formado por feras como o lendário Robertinho do Recife (guitarra), Paulo Braga (bateria), Itibere (baixo), nos sopros temos: Mauro Senize (flauta), Márcio Montarroyos (trumpete), Nivaldo Ornellas (sax) e JT Meirelles (também na flauta), fora Dominguinhos e Chico Batera ajudando na percussão.

Altamente recomendado aos amantes dos bons sons.

Texto retirado do blog | Woodstock Sound

1977 | ORÓS

01. Cinza
02. Flor da Paisagem
03. Esquecimento
04. Romanza
05. Epigrama nº 9
06. Cebola Cortada
07. Orós
08. Fofoca

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Clap Your Hands Say Yeah


Banda norte-americana de indie-rock.





2005 - Clap Your Hands Say Yeah [Australian Edition]: Download

2006 - In This Home On Ice [cds]: Download

2007 - Live at Lollapalooza: Download

2007 - Some Loud Thunder (with Japanese Bonus Track): Download

2011 - Hysterical (Japanese Edition): Download

2011 - Same Mistake [cds]: Download

2012 - Daytrotter Studio Session: Download

2013 - Daytrotter Session: Download

2013 - Little Moments [EP]: Download

2014 - Only Run:  Download

2017 - The Tourist: Download



quarta-feira, 29 de maio de 2019

The Sheltering Sky | O Céu Que Nos Protege

Direção | Bernardo Bertolucci
Roteiro | Mark Peploe / Bernardo Bertolucci
Reino Unido, Itália | 1990

Elenco
Debra Winger | John Malkovich | Campbell Scott

Música | Ryuichi Sakamoto e Richard Horowitz

The Sheltering Sky (O Céu Que Nos Protege) é um filme ítalo-britânico de 1990, do gênero drama, dirigido por Bernardo Bertolucci, cm roteiro de Mark Peploe e Bernardo Bertolucci baseado em obra de Paul Bowles, com trilha sonora de Ryuichi Sakamoto e Richard Horowitz e fotografia de Vittorio Storaro.

Logo após o final da II Guerra Mundial, Kit e Port Moresby, um casal de estadunidenses que vive em Nova Iorque, viajam para a África.

Eles não se consideram turistas mas viajantes, pois o turista quando chega já pensa em voltar, enquanto o viajante pode nem voltar. George Tunner, um turista amigo do casal, acompanha-os. O casal tem uma discussão e Kit não quer sair, assim Port fica a vaguear e um desconhecido, Smail, trava conversa e lhe oferece uma prostituta, Mahrnia, com quem Port fica algumas horas.

No dia seguinte, já em Boussif, Kit acorda por volta do meio-dia nua e vê George despido ao seu lado. Isto deixa-a em pânico, mas Port já tinha pressentido que algo estava a acontecer.

1990 | THE SHELTERING SKY
(O Céu Que Nos Protege)
Music From The Original Motion Picture Soundtrack


01. The Sacred Koran
02. The Sheltering Sky Theme
03. Belly
04. Port’s Composition
05. On the Bed (Dream)
06. Loneliness
07. On the Hill
08. Kyoto
09. Cemetery
10. Dying
11. Market
12. Grand Hotel
13. The Sheltering Sky Theme (piano version)
14. Charles Trenet | Je Chante
15. Lionel Hampton | Midnight Sun
16. Richard Horowitz | Fever Ride
17. Traditional music of Burundi | Chant Avec Cithare
18. Richard Horowitz | Marnia’s Tent
19. Chaba Zahouania | Goulov Limma
20. Tunisie Chants and Rhythms | Happy Bus Ride
21. Richard Horowitz | Night Train

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Diamond Dogs


Banda sueca de hard-rock.





1994 - Honked!: Download

2001 - As Your Greens Turn Brown: Download

2002 - Too Much Is Always Better Than Not Enough: Download

2003 - That's the Juice I'm On: Download

2004 - Black River Road: Download

2005 - Atlantic Crossover: Download

2005 - Bound To Ravage: Download

2005 - SULO - Just Another Guy Tryin: Download

2006 - Up The Rock!: Download

2008 - It's Most Likely: Download

2015 - Quitters & Complainers: Download



terça-feira, 28 de maio de 2019

Voluntários da Pátria


O quinteto paulistano Voluntários da Pátria foi a primeira banda brasileira com uma proposta estética e sonora representante do pós-punk. Formado em São Paulo/SP em 1982 por Nasi (vocais), Thomas Pappon (bateria), Ricardo Gaspa (baixo) e os guitarristas Miguel Barella e Giuseppe Frippi, deixaram apenas um registro, este LP de 8 canções em 24 minutos.

Apesar da curta trajetória da banda, que logo daria espaço a projetos individuais e novas bandas, Nasi e Gaspa se dedicariam ao Ira!, Thomas montou o Fellini e o Smack, Miguel e Giuseppe com o Alvos Móveis, o Voluntários da Pátria teve uma boa repercussão na capital e foi banda precursora no estilo, tendo se apresentado em todos os palcos do underground paulistano, tais como Carbono 14, Madama Satã, Napalm e Lira Paulistana.

O Lado A abre com uma canção de título provocativo "O homem que eu amo", segue com o "Iô-iô" de versos niilistas e sarcásticos, como "Meu iô-iô não quer subir/Vou reclamar na coca-cola". "Cadê o socialismo?" foi uma boa provocação para aqueles anos de abertura política,não é por acaso que a canção fora interditada para execução pública. O disco ainda traz as instrumentais "Marcha" e "Nazi über alles". "Verdades e mentiras" tem a cara do pós-punk paulistano, umas das melhores do disco.

O Voluntários da Pátria tentou algumas voltas durante a década de 80, com outras formações que reuniram mais uma turma de figuras conhecidas do rock paulistano, tais como Sandra Coutinho (Mercenárias), Guilherme Isnard (Zero), Edson X (Gueto), Maurício (Ultraje a Rigor) Kuki Stolarski e Akira S.

Texto | Wikipédia

1984 | VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA

Lado A

01. O Homem que eu Amo
02. Iô Iô
03. Um, Dois, Três, Eu te amo
04. Nazi Über Alles

Lado B

01. Marchas
02. Verdades e Mentiras
03. Cadê o Socialismo
04. Terra Devastada

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Hot Chip


Banda britânica de música eletrônica e dance-punk.






2000 - Mexico EP: Download

2002 - Sanfrandisco E-Pee: Download

2004 - Coming on Strong: Download

2004 - Down With Prince: Download

2004 - Playboy: Download

2005 - All Filler, No Killer!: Download

2005 - Barbarian EP: Download

2006 - Boy From School: Download

2006 - B-Sides: Download

2006 - Colours: Download

2006 - Live Session (iTunes Exclusive): Download

2006 - Over and Over (promo): Download

2006 - Over and Over: Download

2006 - Remixes & Rarities: Download

2006 - The Warning: Download

2007 - Colours: Download

2007 - DJ-Kicks - Hot Chip: Download

2007 - My Piano: Download

2007 - Normal: Download

2008 - Hold On - Touch Too Much Remixes: Download

2008 - Made in the Dark (Special Edition DVD Audio Rip): Download

2008 - Made in the Dark: Download

2008 - One Pure Thought: Download

2008 - Ready for The Floor 7'': Download

2008 - Ready for the Floor: Download

2008 - With Robert Wyatt and Geese: Download

2009 - A Bugged Out Mix by Hot Chip: Download

2010 - Didn't Know What Love Was: Download

2010 - I Feel Better Remixes: Download

2010 - I Feel Better: Download

2010 - Live at Alexandra Palace, London, UK: Download

2010 - One Life Stand (The Remixes): Download

2010 - One Life Stand: Download

2010 - We Have Remixes EP: Download

2012 - Don't Deny Your Heart: Download

2012 - How Do You Do!: Download

2012 - In Our Heads: Download

2012 - Look at Where We Are (Four Tet remix): Download

2012 - Look at Where We Are (Major Lazer remixes): Download

2012 - Night and Day (3-track Beatport release): Download

2012 - Night and Day (Remixes): Download

2013 - Dark and Stormy EP: Download

2015 - Dancing in the Dark EP: Download

2015 - Need You Now (Remixes): Download

2015 - Separate EP: Download

2015 - Started Right (Remixes): Download

2015 - Why Make Sense!: Download



segunda-feira, 27 de maio de 2019

O Bando


No frenesi da Jovem Guarda, em 1965, Os Malucos - Diógenes Burani, (bateria), Paul de Castro, (guitarras e voz), Américo Issa, (guitarras e voz), Emilio Carrera, (órgão e piano), Rodolpho Grani,(baixo e voz) e Marisa Fossa, (voz principal) – apresentavam-se semanalmente nos lugares da moda, como o restaurante O Beco e a boate Urso Branco. Essa última casa recebia um evento patrocinado pela Coca Cola. Por intermédio do empresário Teo de Barros, (não confundir com o compositor), Os Malucos conseguiram lugar no evento ao lado de “Ronaldo Lark e os Versáteis”. O êxito na Urso Branco proporcionou uma excursão através da América do Sul e dois meses na Venezuela. Em Caracas, os garotos gravaram dezesseis programas de TV na principal emissora local, um deles acompanhando a atriz-cantora Sarita Montiel. “Chegando lá ficamos encantados com a salsa e outros ritmos locais. Ali pintou a idéia de colocar outro percussionista no grupo”, conta o baterista Diógenes.

Novamente em São Paulo, passaram a se chamar O Bando. O baterista Dudu Portes, amigo de Emilio, logo abandonou o programa televisivo O Fino da Bossa, apresentado por Jair Rodrigues e Elis Regina, para integrar a primeira banda brasileira com dois bateristas. O pioneirismo desses jovens músicos não parava aí: faziam um som bem arrojado dentro dos padrões psicodélicos, e, assim como os Beat Boys e Os Mutantes, eram sempre convocados a tomar parte no tropicalismo. Sob a égide e proteção de Solano Ribeiro, grande mentor da banda, conseguiram um contrato com Phillips do Brasil. André Midani apaixonou-se pelo som deles e, em busca de servir o mercado aberto pelos Mutantes, adicionou O Bando no cast da gravadora, colocando à inteira disposição deles os maestros Júlio Medaglia, Damiano Cozzela e Rogério Duprat. com a contemporaneidade do rock uniu a academia à tradição da garagem: “Não tinha pra ninguém... nós e Os Mutantes éramos os tais!”.

Em 1969, bem à vontade, entraram no estúdio Scatena para registrar o primeiro disco do grupo. Trabalhar com os maestros possibilitou o acúmulo de grande conhecimento na área de arranjos e orquestração. Para Diógenes, os maestros assumiam o papel de intérpretes: “A gente bolava os arranjos e eles traduziam nossa linguagem de cabeludos doidos ao pessoal da gravadora”. Em oito canais gravaram um disco com apoio o esmerado dos regentes. Elaboradas partes de cordas e metais pintam em vivas cores, sob o signo tropicalista, músicas do cancioneiro popular como “Disparada” e “Quem Sabe”, composições do grupo, de Caetano Veloso e a primeira e definitiva versão de “Que Maravilha”, música de Jorge Ben, com a qual O Bando concorreu no Festival da TV Tupi, conquistando o primeiro lugar.

Rio Grande

Muitas foram as incursões do Bando pelo sul do Brasil. Levados pelo Centro Acadêmico de Arquitetura da UFRGS, granjearam muitos fãns em Festivais nos Pampas. Nesse período conheceram os compositores Hermes Aquino e Laíz Marques. No Festival Universitário da Musica Popular Brasileira, em 1969, onde apresentaram-se Zé Rodrix, Danilo Caymmi e O Som Imaginário, O Bando defendeu “Pela Rua da Praia”, da dupla gaúcha Hermes e Laíz, e receberam um indesejado segundo lugar: “Só não vencemos porque éramos paulistas”. Com a agenda lotada, o Bando passou boa parte do ano de 69 viajando. No verão, arrendavam a boate Barbarela em Ubatuba, fazendo boa temporada e descansando. A “rotina era praia, ensaioe show”, lembrança de Diógenes.

Além da vida de rocker californiano, o grupo fez aparições nos programas televisivos de Wilson Simonal e no Jovem Guarda, de Roberto Carlos. O grande mérito pós-disco veio com a participação na peça teatral O Plug, espetáculo multimídia, com representações de tipo teatral, filme underground, audiofotonovela com participação de Décio Pignatari, Duprat e Grupo OEL. Entre colunas romanas, versos e os mais absurdos happenings, o Bando mostrava todo o seu balanço. A pesada sessão rítmica retumbava tal qual uma barulhenta sinfonia de Beethoven ou Berlioz. Com suas câmeras desbundadas, Rogério Sganzerla registra tudo. Era o ano de 1972, já próximo do crepúsculo da banda.

O fim do Bando foi uma conseqüência natural dos rumos musicais que cada integrante seguiu. A experiência com os maestros tropicalistas, produtores e empresários em uma época de franca expansão da indústria do disco no Brasil, proporcionou aos integrantes d’O Bando excelentes contatos profissionais, que acabou por direcioná-los para diversos caminhos

Texto retirado do blog | Brazilian Nuggets

1969 | O BANDO

01. ...E assim falava Mefistófeles
02. Fossa Boboca
03. Que Maravilha
04. Disparada
05. Vou Buscar você
06. Sala de Espera
07. Alegria - Alegria
08. Quem Sabe
09. Pela Rua da Praia
10. Esmagando Sua Sorte
11. Longe do Tempo

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Alan Vega


Cantor norte-americano de rock.





1983 - Saturn Strip: Download

1985 - Just A Million Dreams: Download

1989 - Jukebox Babe - Collision Drive: Download

1991 - Power On To Zero Hour: Download

1993 - New Raceion: Download

1995 - Deuce Avenue (Remastered): Download

1995 - Dujang Prang: Download

1996 - Cubist Blues: Download

1996 - Getchertiktz: Download

1998 - VVV - Endless: Download

1999 - 2007: Download

1999 - Revolutionary Corps Of Teenage Jesus - Daddy Died - A Brooklyn Nightmare: Download

1999 - Revolutionary Corps Of Teenage Jesus - Righteous Lite: Download

1999 - Sombre: Download

2004 - Listen To The Hiss: Download

2005 - VVV - Resurrection River: Download

2007 - Station: Download

2009 - See Tha' Light: Download

2010 - Sniper: Download

2017 - IT: Download



domingo, 26 de maio de 2019

Greatest Hits Of The 70's


Compilação da sonoridade da década de 70, lançada em 2004.




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Collateral | Colateral

Direção | Michael Mann
Produção | Michael Mann, Julie Richardson
Roteiro | Stuart Beattie
Estados Unidos | 2004

Elenco
Tom Cruise | Jamie Foxx

Música | James Newton Howard

O motorista de táxi Max Durocher (Jamie Foxx) trabalha em Los Angeles e numa noite leva a promotora de justiça do Departamento de Justiça dos Estados Unidos Annie Farrell (Jada Pinkett Smith) ao trabalho. No caminho, ela lhe conta sobre o próximo caso no qual ela vai trabalhar e ele lhe conta sobre seu sonho de abrir seu próprio serviço de limusines. Quando eles chegam ao destino, Annie deixa seu cartão de visitas para ele. Alguns momentos depois, Max pega um homem chamado Vincent (Tom Cruise) que foi visto antes no Aeroporto Internacional de Los Angeles pegando uma maleta com um homem.

Vincent pede para ser levado a um prédio de apartamentos, e pede que Max seja seu motorista para próximas paradas. Max só aceita depois de Vincent lhe oferecer o dobro do que ganharia normalmente. Enquanto Max espera por seu passageiro, um corpo subitamente cai no seu táxi trincando e manchando seu pára-brisa de sangue. Max percebe que o homem foi morto por Vincent, que o obriga a colocar o corpo no porta-malas do carro.

Vincent revela ser um assassino de aluguel, e que está em Los Angeles para matar mais quatro pessoas. Agora que sua identidade é conhecida por Max, Vincent o força a servir de motorista para os próximos assassinatos. Na segunda parada, Vincent amarra Max à direção, para prevenir uma possível fuga. Enquanto o assassino faz seu serviço, Max tenta chamar a atenção de alguns transeuntes, que na verdade eram ladrões. Eles roubam a carteira de MAx e a maleta de Vincent. Quando ele volta ao carro, os ladrões tentam roubá-lo, mas Vincent consegue desarmá-los e matá-los. Ele avisa Max que qualquer tentativa de fuga é tola e poderá resultar na morte de inocentes.

A terceira vítima é um músico de jazz (Barry Shabaka Henley) que tem um bar. Vincent afirma ser fã de Jazz e leva Max para o estabelecimento para tomar uma bebida com o músico. Quando o bar fecha, Vincent revela o porquê de sua visita e diz que deixará o músico viver se ele responder corretamente à pergunta: "onde Miles Davis aprendeu música?" (em referência ao fato dele ter dito que tocou com Miles na juventude). O músico responde, mas Vincent dá três tiros em sua cabeça com uma arma silenciada, e dá uma resposta diferente.

Antes de ir atrás da quarta pessoa, Max recebe uma ligação para ir visitar sua mãe hospitalizada, Ida (Irma P. Hall), que esteve perguntando por ele. Como as visitas de Max são rotineiras e Vincent não quer que ninguém estranhe nada, ele permite que Max faça a visita e inclusive converse com a mãe de seu motorista, fato este que permite a Max roubar a maleta do seu passageiro e jogá-la numa via expressa, destruindo ela e os detalhes dos alvos restantes. Vincent não mata Max, mas o manda para um clube mexicano administrado por Felix (Javier Bardem, o homem que contratou Vincent, e o manda obter um USB flash drive com as informações sobre as próximas vítimas.

Max se encontra com Felix e adquire o dispositivo. Enquanto isso, o detetive da Polícia de Los Angeles Fanning (Mark Ruffalo) descobre uma ligação entre as três vítimas de Vincent, e relata a informação aos agentes do FBI, liderados por Pedrosa (Bruce McGill) que trabalhava no bar de Felix. As vítimas eram testemunhas que deporiam contra ele num julgamento no dia seguinte. Numa tentativa de salvar as testemunhas restantes, o FBI reune uma equipe da SWAT e vai para uma casa noturna coreana, onde Vincent e Max entram. O assassino e a equipe da SWAT chegam à testemunha ao mesmo tempo, desencadeando um tiroteio que derruba a equipe da SWAT e deixa o público em pânico, permitindo que Vincent mate sua vítima e seus seguranças e depois desapareça. O Detetive Fanning resgata Max e o leva para fora do estabelecimento mas é morto por Vincent, que o leva de volta ao táxi.

Após a fuga, os dois passam a discutir, com Max chamando Vincent de sociopata e este o acusando de não ter iniciativa. Max propositalmente bate seu carro e o capota. Ao som de sirenes se aproximando, Vincent foge, e o policial que chega ao local descobre o corpo da primeira vítima. Quando está prestes a prender Max, é rendido e algemado ao carro por ele. No computador, Max pode ver que a próxima e última vítima é Annie, a promotora que ele serviu anteriormente. Ele pega a arma que Vincent deixou para trás e corre para o prédio onde ela trabalha.

No prédio, Max encontra o corpo morto e desarmado do segurança. Ele avisa Annie sobre sua situação de risco e acerta um tiro em Vincent, queimando seu rosto. Eles fogem para uma estação de metrô embaixo do prédio. Furioso, Vincent os persegue até um vagão vazio. Os dois trocam tiros através de uma porta, e Max acerta um tiro fatal no assassino. Vincent senta e espera por sua morte enquanto Max e Annie o observam. Vincent pergunta a Max se alguém irá notar que ele morreu, em referência ao caso que contou ao taxista sobre um homem que morreu sentado num trem da MTA e só foi descoberto horas mais tarde. Max e Annie saem do trem na próxima estação enquanto o trem continua em direção a Long Beach com o sol nascendo e Vincent já morto.

2004 | COLLATERAL
(Colateral)
Original Motion Picture Soundtrack


01. Tom Rothrock | Briefcase
02. The Roots feat. Cody ChesnuTT | The Seed (2.0) (Extended Radio Edit)
03. Groove Armada | Hands of Time
04. Calexico | Gьero Canelo
05. Tom Rothrock | Rollin’ Crumblin’
06. James Newton Howard | Max Steals Briefcase
07. The Green Car Motel | Destino de Abril
08. Audioslave | Shadow on the Sun
09. James Newton Howard | Island Limos
10. Miles Davis | Spanish Key
11. Klazz Brothers & Cuba Percussion | Air
12. Oakenfold | Ready Steady Go [remix]
13. Antonio Pinto | Car Crash
14. James Newton Howard | Vincent Hops Train
15. James Newton Howard | Finale
16. Antonio Pinto | Requiem

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sábado, 25 de maio de 2019

Percepção Modificada 486


Programa Percepção Modificada 486



Steve Gibbons Band - Any Road Up - 1976
Bob Dylan - The Real Bob Dylan - 2012
Eric Andersen - Beat Avenue - 2003
Chelsea - Chelsea - 1970
The Long Ryders - Live 1985 - 2016
Lara Aufranc - Eu Você um Nó - 2019
Boogarins - Sombrou Dúvida - 2019


01 - Steve Gibbons Band - Take Me Home
02 - Steve Gibbons Band - Speed Kills
03 - Steve Gibbons Band - Natural Thing
04 - Steve Gibbons Band - Rollin'
05 - Bob Dylan - All Along The Watchtower
06 - Bob Dylan - I Want You
07 - Bob Dylan - Mr. Tambourine Man
08 - Bob Dylan - Like A Rolling Stone
09 - Eric Andersen - Stupid Love
10 - Eric Andersen - Ain't No Time to Bleed
11 - Eric Andersen - Rains Are Gonna Come
12 - Eric Andersen - Great Pyramid
13 - Chelsea - Rollin' Along
14 - Chelsea - All-American Boy
15 - Chelsea - Hard Rock Music
16 - Chelsea - Long River
17 - The Long Ryders - Time Keeps Traveling
18 - The Long Ryders - As God Is My Witness
19 - The Long Ryders - Six Days On The Road
20 - The Long Ryders - Masters Of War
21 - Lara Aufranc - Gritos na Avenida
22 - Lara Aufranc - A Gente Canta
23 - Lara Aufranc - Só Dessa Vez
24 - Lara Aufranc - Pra um Coração Acordar
25 - Boogarins - A Tradição
26 - Boogarins - Invenção
27 - Boogarins - Sombra ou Dúvida
28 - Boogarins - Te Quero Longe

Revolution Rock - Programa 486





Programa Revolution Rock nº 486
Transmitido por Rock Radio Lágrima Psicodélica (sábado, das 16h às 18h)
Produção: Cacá


Revolution Rock Program nº 486
Transmitted by Rock Radio Lágrima Psicodélica (saturday from 16h. to 18h)
Production: Cacá





Tracklist:






01 - Battlefield - United
02 - Dominic Grant - Don't Stop Girl
03 - Frank Turner - 1933
04 - The Clash - Pressure Drop
05 - The Smiths - The Headmaster Ritual
06 - The Lancasters - Earthshaker
07 - Bad Religion - Sanity
08 - Francine - You wanna have it all
09 - Grand Slap Strutters - Great Balls Of Fire
10 - Plebe Rude - Censura
11 - Mickey Finn - Night Comes Down
12 - Jon & The Nightriders - Depth Charge 95
13 - Bastard Sons Of Johnny Cash - Blade
14 - Dirt Box Disco - Done N’ Dusted
15 - High Sunn - Banh mi
16 - Sir Veja - F--- you
17 - Turnpike Cruisers - The girl who turned into a man
18 - Jack & The Rippers - Hawaii Five 'O'
19 - Boytoy - Mary Anne
20 - Counterfeit - Enough
21 - Homemade Wine - Citico Creek
22 - The Last Days of Jesus - Death Song
23 - The Pandoras - See If You Can
24 - Dick Dale & His Del Tones - Peter Gunn
25 - Alice Cooper - Dirty Dreams
26 - Horror My Friend - Same Minds
27 - Johnny & The Dodgers - Pois Raiteiltaan
28 - Say Sue Me - B lover
29 - The Swiftys - Ridin' High
30 - Davie Allan & The Arrows - Outer Surf
31 - A Date With Mary - Alles auf Anfang
32 - Catch The Breeze - Dazed
33 - Iceage - The Day the Music Dies
34 - Jack Rabbit Slim - MacLaine
35 - Original Sinners - Suitcase
36 - Charge 69 - Scream (Instrumental)




(podcast-mp3): Download


Só músicas / only musics (rar): Download



Programação da RRLP para 25.05.2019

Programação Especial da Rock Rádio Lágrima Psicodélica 
Para Sábado e Domingo (25 e 26.05.19)


01 - Ponto Rolante 066 by Johnny F 
Sábado: 14:03
Domingo: 00:10 - 10:16 - 20:21

02 - Revolution Rock 486 by Cacá 
Sábado: 16:02
Domingo: 02:18 - 12:15 - 22:20

03 - Fire on The Rocks 441 by Fireball 
Sábado: 17:58
Domingo: 04:05 - 14:12

04 - Percepção Modificada 486 by Johnny F 
Sábado: 19:58
Domingo: 06:05 - 16:11

05 - Naturlich Prog 110 by Gael
Sábado: 22:02
Domingo: 08:08 - 18:15

Criação & Direção 
by Johnny F

Cabine C


Uma joia rara do Post Punk nacional. Adorado pelos darks de ontem, pelos góticos de hoje e pelos mais atentos apreciadores do Post Punk brasileiro, o Cabine C é considerado um dos grandes nomes do chamado "dark nacional" e, na minha humilde opinião, um dos pioneiros do Gótico Sul-Americano.

Ciro Pessoa - o criador do Cabine C - foi um também um dos fundadores do Titãs, grupo no qual permaneceu até momentos antes de seu primeiro lançamento oficial, em 1984. São dele algumas composições clássicas do grupo, como Sonífera Ilha e Homem Primata. Ciro decidiu sair do Titãs pois não gostava dos rumos "Tropicalistas" e "Reggae" que a banda estava seguindo. Sua intenção era criar um grupo mais "Rock".

A formação inicial contava com a esposa de Ciro, Wania Forghieri (teclados), Edgard Scandurra (guitarra), Charles Gavin (bateria) e Ricardo Gaspa (baixo), que havia substituído Sandra Coutinho - que passaria a se dedicar unicamente ao grupo Mercenárias. Essa formação chegou a gravar uma demotape, apresentando uma sonoridade Post Punk mas com fortes acentos Pop. É um item raríssimo, com faixas nunca lançadas oficialmente como "O Lado Bom da Bomba", "Inundação de Amor" (depois regravada pelo Ira) e "Fim de Serafim" (poema musicado de Oswald de Andrade). Com músicos de reconhecido talento, o grupo fez alguns shows considerados inesquecíveis em São Paulo, ganhando certa notoriedade no circuito alternativo.

O problema era que Scandurra também tocava no Ira, uma banda que estava explodindo no cenário comercial. Sendo assim, provavelmente sofrendo alguma pressão, ele abandonou a "aventura underground" do Cabine C. Gaspa também saiu do grupo, também convidado a tocar no Ira. E Charles foi pro Titãs.

Após esse baque, o Cabine C ficou um bom tempo inativo, buscando uma reformulação. Mas após um longo hiato, a banda renasceu das cinzas com sua formação definitiva: Ciro Pessoa (voz e guitarra), Wania Forghieri (teclados) e as novas integrantes Anna Ruth (baixo) e Marinella 7 (bateria). E o Post Punk do grupo assumiu de vez sua identidade: Sombrio, em algum lugar entre o desespero e a delicadeza.

Ciro se inspirava em poetas como Edgar Allan Poe, Baudelaire e Arthur Rimbaud, para produzir uma poesia existencialista e desoladora, flertando com um certo niilismo. A sonoridade do grupo remetia a nomes como Siouxsie & The Banshees, X-Mal Deutschland, Cocteau Twins e a Coldwave francesa, mas com uma alma própria. Esses ingredientes, é claro, agradaram em cheio os darks da época e a banda logo ganhou essa "tag" - que, como tantos outros, procuraram evitar.

Não demorou e o grupo ganhou muitos admiradores, tornando-se um dos favoritos dos porões paulistanos. Dessa forma, surgiu o convite da recém criada gravadora RPM Discos (idealizada pelo popular grupo RPM) para finalmente lançar um álbum do Cabine C. Refletindo sobre a tensão de entrar no circuito comercial, Ciro disse para a Bizz: "Vamos ser jogados aos leões, não sabemos se vamos domá-los ou ser comidos".

O nome do grupo (que remetia a cabine de um navio) e a variedade das canções, que pareciam aportar em vários locais, deram até um ar temático ao álbum. "(O disco) percorre um roteiro. Passa pelo Oriente Médio na música que dá título ao LP; Buenos Aires no tango Lapso de Tempo; ou Japão através de Jardim das Gueixas." - disse Ciro Pessoa para a Bizz. Do outro lado, haviam as fortes referências literárias presentes em todo repertório (Edgar Allan Poe e sobretudo a literatura existencialista), resultando em uma obra marcante.


O disco abre com Pânico e Solidão, inspirada no livro "As aventuras de Arthur Gordon Pym", de Edgar Allan Poe. A letra, que também pode ser interpretada como uma metáfora da inevitável decadência humana, é um resumo do espírito do disco e combina perfeitamente com a melodia rasgante e fúnebre.
Em seguida, a minimalista Lapso de Tempo - influenciada pela marcação rítmica do Tango - segue a viagem rumo ao abismo, não perdoa e evoca o memento mori: "O tempo está passando".

Na sufocante Anos, em algum lugar entre X-Mal Deutschland e a Coldwave, sob gritos e ruídos, Ciro, Wania e Anna repetem uma unica frase, a atemporal e inevitável reflexão: "O que eu tenho feito todos esses anos?".

O clima desesperador dá uma trégua com a suave e paradisíaca Jardim das Gueixas. Essa faixa conta com a participação de Akira S (Akira S & As Garotas que Erraram) no Stick, um estranho instrumento de cordas tocado por ambas as mãos. O timbre misterioso confere um clima oriental onírico à canção e quase chega a soar como o Shamisen (espécie de bandolim típico japonês).

O lado A do álbum fecha com a faixa instrumental A Queda do Solar de Usher, baseada no conto homônimo de Edgar Allan Poe. Teclados lúgubres, guitarras ecoantes e a voz lírica de Marinella enaltecem o clima fantasmagórico do som.

O Lado B do disco abre com a potente Lágrimas, uma cativante e enigmática canção de amor. Na sequência, a instrumental Opus 2, transbordando melancolia em um ritmo cadenciado.

A impecável Tão Perto, é tão contagiante que se torna impossível não cantar junto alguns trechos desse relato ambíguo sobre o amor e a vida. Enérgica e dançante é também presença constante nas pistas que conseguem manter um olhar vivo sobre a produção dark nacional. Um dos destaques do álbum, foi também a unica que conseguiu um relançamento. Em 2005, foi remasterizada para a coletânea inglesa de Post-Punk: “The Sexual Life of the Savages”.

A quase valsa Soldadas, é a canção mais crítica do álbum. Mas vai além de um discurso antibélico. Afinal: "A gerra somos nós dois / A guerra são eles três / A guerra está no falar / A guerra não se acaba". Já a existencialista Neste Deserto - outro grande destaque - tem um clima desolador que nos remete a uma viagem solitária em paisagens áridas. Aqui, a sonoridade Coldwave e gótica é levada aos últimos limites, casando com a poesia inspiradamente niilista de Ciro: "Sei que te amo / Mas isso é pouco / Pode ser tudo / Mas tudo é nada". Pois é, nem o amor salva na dura viagem do Cabine C. E o encerramento primoroso se dá com o instrumental delicioso de Fósforos de Oxford, de sabor árabe e lembrando momentos de Dead Can Dance.

O álbum, no geral, foi muito bem recebido pela crítica. O Post Punk sombrio e melancólico do grupo agradava principalmente porque soava autentico e se diferenciava das outras bandas do mercado.

O fato é que o disco não vendeu como o esperado. Cerca de oito mil cópias foram vendidas, pouco para o alto investimento da incipiente gravadora que alçava vôos mais altos. Mas é importante observar que essas marcas foram alcançadas sem uma distribuição eficaz e sem nenhum esquema de divulgação, em um dos casos mais emblemáticos da industria fonográfica brasileira. A RPM Discos foi a falência logo apos essa presepada, gerando uma longa disputa judicial entre seus representantes e Ciro. Esse estresse acabou afetando o Cabine C, que também devido conflitos internos, começou a se desfazer. Marinella e Anna Ruth, deixaram o grupo. Dois argentinos chegaram a substituí-las por um tempo e Ciro se esforçava para lançar algum material novo. Quatro novas músicas chegaram a ser gravadas: "Acidentes", "Sábio Chinês", "Cotonetes Desconexos" e "Nossas Cabeças são Nossos Erros". Mas o segundo disco nunca saiu do papel.

Em uma entrevista, Ciro desabafou: "A verdade é que foi ficando cada vez mais difícil fazer shows, sobreviver. Tudo se concentrava no Rio de Janeiro e lá se você não é do samba você é estrangeiro. E como a cultura carioca dominava (domina) a cidade de São Paulo, nem aqui éramos considerados brasileiros. Fomos nos cansando desta história ridícula, limitada e preconceituosa que é a música no Brasil e nossa resistência no underground foi chegando ao fim."

Com o fim do Cabine C, Ciro ainda se viu envolto em problemas com drogas, o que o fez se afastar da música por um tempo. Manteve carreira de escritor, escrevendo em diversas revistas e, anos mais tarde, seguiu carreira solo, onde tem dois álbum lançados: "No meio da chuva eu grito Help" (2003) e "Em Dia com a Rebeldia" (2010), ambos distantes da sonoridade do Cabine C, mas bons álbuns de Rock em meio ao marasmo musical da música comercial brasileira.

Texto retirado do blog | Goth Songs

1986 | FÓSFOROS DE OXFORD

01. Pânico e Solidão
02. Lapso de Tempo
03. Anos
04. Jardim das Gueixas
05. A queda do Solar de Usher
06. Lágrimas
07. Opus 2
08. Tão perto
09. Soldadas
10. Neste Deserto
11. Fósforos de Oxford

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