quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Iggy Pop


“Nesse exato momento, eu queria estar morto.
Eu simplesmente não aguento mais”.

texto do bilhete deixado por Ian Curtis,
encontrado enforcado em sua casa,
com o disco “The Idiot” de Iggy Pop ainda rodando no toca-discos.

Depois de ter produzido o último álbum dos pré-punk, The Stooges, David Bowie já renomado e prestigiado adotava o vocalista da banda, Iggy Pop, como pupilo e produzia seu álbum solo de estréia. Neste disco, “The Idiot”, de 1977, o Camaleão limpava o som ruidoso e retumbante dos Stooges, conferindo toda uma sofisticação e classe, acrescentava alguns toques tecnológicos e eletrônicos, dosando os elementos, sem contudo violentar a característica agressiva e selvagem do cantor.

Provas disso são “China Girl”, que viria a ser gravada por Bowie anos depois em um álbum próprio, exemplo claro de punk moderado, com todos os elementos ali, ritmo, força, distorção, voz rasgada, porém amenizados por um tema romântico e por um teclado agudo tipicamente oriental; ou “Funtime” cuja agressividade sonora fica contida pelos ecos e efeitos dando lhe inclusive um certo ar futurista.

“Sister Midnight”, a faixa que abre o disco e uma das grandes músicas dele, é notável com sua estrutura totalmente quebrada e pela versatilidade dos vocais de Iggy dentro da mesma canção; “Dum Dum Boys” mesmo na voz de Iggy é aquele tipo de balada tipicamente bowieana; o charmosíssimo pop de cabaré “Nightclubbing”, que mais tarde veio a ter uma versão igualmente admirável de Grace Jones, tem Iggy numa interpretação notável simulando uma certa embriaguez na voz; e o disco fecha com a lenta, minimalista e arrastada “Mass Production”, e seu apito de navio anunciando o fim do disco.

Texto retirado do blog | Cly-Blog

1977 | THE IDIOT

01. Sister Midnight
02. Nightclubbing
03. Funtime
04. Baby
05. China Girl
06. Dum Dum Boys
07. Tiny Girls
08. Mass Production


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